Rascunho do documento final é apresentado hoje e votado amanhã
Por Rocio Lancho García
CIDADE DO VATICANO, 17 de Outubro de 2014 (Zenit.org) – O Sínodo dos Bispos já está na sua última fase. A assembleia não se reuniu nem ontem à tarde nem na manhã de hoje. O trabalho cabe agora aos responsáveis por redigir a chamada “Relatio Synodi”, ou relatório do sínodo, que é o seu documento final. Hoje à tarde é apresentado o rascunho desse relatório, com espaço para intervenções, e amanhã de manhã o documento será submetido a votação para aprovação da mensagem final.
Na Sala de Imprensa do Vaticano, para apresentar aos jornalistas mais alguns detalhes do desenvolvimento dos trabalhos, estiveram hoje o cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã, dom Georges Pontier, presidente da Conferência Episcopal Francesa, e Ilva Myriam Hoyos Castañeda, advogada colombiana que participou do sínodo como auditora leiga.
O purpurado alemão comentou que tinha participado de um intercâmbio de perguntas e respostas e que acha necessário que as pessoas entendam o processo do sínodo. Houve até agora debates, disse ele, que expuseram as diversas opiniões, mas é necessário destacar que haverá um documento final para que todos possam participar da continuação do diálogo antes do sínodo ordinário de 2015. A este propósito, ele fez um chamamento para que todos os fiéis se envolvam e afirmou que o aprofundamento nos temas permitirá que o debate evolua. Sobre o documento final do sínodo, Marx manifestou o desejo de que o texto sirva para dar impulsos à pastoral.
Dom Pontier contou que este é o seu primeiro sínodo e destacou “a universalidade” como a característica mais interessante do evento. Pouco a pouco, ele foi descobrindo o que ocorre fora da Europa, o que “dá um novo enfoque às questões e temas que precisamos enfrentar”. Embora o sínodo tenha se concentrado nos desafios, “também houve espaço para as famílias que já vivem o evangelho e nas quais acontecem coisas muito bonitas”, comentou.
Ilva Myriam Hoyos Castañeda, advogada colombiana que trabalha no setor público em defesa dos direitos da infância, da adolescência e da família, disse que “era importante, neste sínodo, poder apresentar a voz de uma mulher que trabalha no Estado e que enxerga as dificuldades, como católica, de se dialogar com o mundo e de se apontar, no respeito pelas diferenças (…), o compromisso do católico na vida pública”. Para ela, pôde ser apresentada a necessidade de mais diálogo entre a Igreja e o Estado e de que a pastoral da família, dirigida a todos os católicos, também comprometa aqueles que optaram por servir à sociedade através da função pública.
Abordando o trabalho dos círculos menores, a advogada considerou que, nesses grupos, os leigos puderam falar e apresentar posturas e propostas. “Apresentamos ‘modos’ que, em alguns casos, contaram com aprovação, e, em outros casos, não; mas nos sentimos partícipes deste diálogo sinodal”.
Ilva assegurou que, para ela, foi “um enriquecimento não só como mulher católica”, mas também “no compromisso que tenho como servidora pública”.