2015-06-11 Rádio Vaticana
Tegucigalpa (RV) – Nos primeiros 5 meses de 2015, mais de 3 mil menores hondurenhos que estavam presos no México por tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos foram deportados para Honduras. A denúncia é da Igreja Católica em Tegucigalpa.
A Irmã scalabriniana Lídia Mara Silva de Souza, Coordenadora Nacional para a Pastoral da Mobilidade Humana de Honduras, denuncia que dezenas de menores continuam emigrando desacompanhados para os EUA em fuga da violência dos esquadrões criminosos de Honduras ou para reencontrar-se com seus pais nos Estados Unidos.
A missionária brasileira enfatiza que “a segurança urbana, ameaças e represálias” são algumas das causas do deslocamento interno e externo de hondurenhos.
Violência
Honduras vive uma onda de violência que deixa uma média de 14 mortos por dia, o que faz do país um dos mais violentos do mundo, segundo autoridades locais. Os Estados Unidos já deportaram este ano mais de 23 mil hondurenhos. Eles chegam ao país em condições físicas e psicológicas precárias, sem suas casas e alguma colocação social. Lá, são acolhidos pela Pastoral da Mobilidade. A Irmã Valdete Wilmans, que trabalha neste serviço há 14 anos, nos conta este drama, a que assiste todos os dias.
Tratados como animais
“Nós acolhemos os migrantes que chegam já na pista do aeroporto. Eles chegam acorrentados, nos pés e nas mãos, dizendo que são tratados como animais. A situação deles é muito precária. Tentamos aumentar a autoestima deles. Às vezes, estão também com braços ou pernas fraturados, resultado da tentativa de pular o muro que divide Estados Unidos e México. Mulheres, grávidas de três, quatro meses, que nesse caminho para os Estados Unidos foram violadas. Às vezes, os homens são violados. É uma situação na qual nós temos que levar esperança e nos colocar em sintonia com eles. Temos que nos desdobrar para que esta pessoa se torne um pouco mais humana porque eles se sentem como animais”, declarou a religiosa.
(CM)