A Nova Evangelização: como leva-la adiante?

Um livro de Scott Hahn mostra as linhas diretrizes do encontro com Cristo

Por John Flynn, LC

 

ROMA, 29 de Julho de 2014 (Zenit.org) – “Nova Evangelização” é um termo com o qual muitos já estão familiarizados, mas do qual não têm uma idéia clara do que significa para eles pessoalmente.

Scott Hahn, eminente biblista e prolífico autor, aborda a questão em seu último livro Evangelizing Catholics: A Mission Manual for the New Evangelization (“Católicos que evangelizam: um manual missionário para a nova evangelização”), publicado pela Our Sunday Visitor Publishing Division.

A Nova Evangelização, explica o autor, está dirigida principalmente para “os que não foram devidamente catequizados mas estão suficientemente secularizados”.

É bem conhecido que muitos católicos não são ativamente praticantes, porém, também entre aqueles que frequentam regularmente a missa dominical existem lacunas não somente sobre o conhecimento da própria fé, mas também da formação de uma relação pessoal com Deus.

A Nova Evangelização, diz Hahn, “deveria ser, em última instância, uma chamada para cada homem, cada mulher e cada criança para se apaixonar, crescer no amor e caminhar no amor com o Deus que nos ama”.

As sementes da Nova Evangelização começam no início do século XX e foram reforçados pelo Vaticano II e pelo Papa Paulo VI, que tem viajado muito e visitou todos os continentes do mundo.

Mais tarde, João Paulo II fez a sua chamada para a nova evangelização, durante sua primeira visita à Polônia, em 1979.

Então, em seus escritos, em suas viagens, com a publicação do Catecismo, as Jornadas Mundiais da Juventude e de muitas outras maneiras, pediu às pessoas para se engajar na evangelização.

Depois dele, o Papa Bento XVI e o Papa Francisco continuaram a sublinhar a importância de comunicar a mensagem do Evangelho e levar as pessoas a um encontro pessoal com Cristo.

Isso ocorre em um contexto que Hahn chama de “desastre catequético”, que quer dizer que, nas últimas décadas, muitos católicos foram mal formados em sua fé, então eles não estão em uma posição de poder evangelizar os outros.

Nos últimos anos tem havido uma renovação na catequese, mas também muitos daqueles católicos que hoje são mais preparados, parecem relutantes em ser ativos no testemunho de sua fé.

Parte dessa relutância, pelo menos nos EUA, é devida ao fato de que, nos séculos XVIII e XIX, os protestantes eram esmagadora maioria e dominados por um sentimento anti-católico forte. Com o resultado de que os católicos se mantiam quetos e misturados no resto dos fieis.

Muitos católicos associam, no entanto, a evangelização às práticas do protestantismo evangélico. A isso se acrescenta a tendência a reduzir a religião à esfera privada e a uma cultura que tem a tolerância como uma virtude suprema.

A evangelização não é apenas uma tarefa dos sacerdotes ou religiosos. Os leigos têm um papel vital na mesma e podem chegar a um grande número de pessoas inacessíveis à Igreja institucional, diz Hahn. Um pároco não pode falar com os colaboradores que nunca vão à igreja ou a um grande número de pessoas que os leigos encontram na própria vida diária.

“Todos os católicos são chamados a dar testemunho de sua fé em sua própria família e entre os amigos, bem como com os vizinhos, no trabalho e na paróquia”, diz Hahn.

O estudante, então, identifica alguns pontos de particular importância na condução da missão. Entre eles estão os campus universitários e o autor destacou que muitos jovens – um percentual igual a 70% – que vão às universidades, terminam por deixar a Igreja.

A mídia é outra área crítica, particularmente as redes sociais. Apesar de serem uma ferramenta muitas vezes mal utilizadas, Hahn disse que o advento das novas mídias mudou o campo de jogo e que agora os católicos têm muitas mais formas de comunicar e anunciar o Evangelho que no passado.

As conferências e os retiros são outro local importante designado e uma ferramenta comprovada para levar as pessoas à conversão.

Os movimentos leigos, diz Hahn, têm sido uma força significativa, especialmente na Europa, e têm ajudado milhões de católicos.

Responder ao chamado da Nova Evangelização exige muito mais do que um coração disposto e nos capítulos finais Hahn examina os conteúdos essenciais do que deve ser proclamado.

Começando com os fundamentos de nossa natureza corrompida pelo pecado original, o papel da graça de Deus em nossas vidas e a nossa redenção por obra de Cristo, são as verdades fundamentais.

A mensagem da cruz, na qual vemos não vemos a ira de Deus, mas a sua piedade, é outro elemento fundamental.

“Na cruz, o amor de Cristo supera a dureza e o frio do pecado em nossos corações”, escreve o autor.

Em um capítulo anterior Hahn enfatiza a importância de uma vida familiar forte em apoio aos crentes. Nos capítulos finais o estudioso retorna ao tema da família e explica como Cristo, por meio da Nova Aliança, fundou a única família universal de Deus

“A Igreja é a família de Deus, porque é o corpo de Cristo, uma extensão do Cristo encarnado e, como tal, uma extensão da vida da Santíssima Trindade”.

Hahn também considerou a dimensão eucarística da Nova Evangelização “, que é a fonte e o cume de toda a vida cristã” (Lumen Gentium, n º 11). Mais tarde, o autor aprofunda a dimensão sacrificial da Eucaristia.

Estamos todos envolvidos na Nova Evangelização, reafirma o estudioso na conclusão do livro. Uma chamada que continua a ser repetida e que requer uma resposta. 

 

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