Bispo auxiliar do Porto destaca importância das «famílias semente e líderes», capazes de caminhar à frente
Cidade do Vaticano, 24 jun 2022 (Ecclesia) – D. Armando Esteves Domingues, da Comissão Episcopal do Laicado e Família, afirmou que no X Encontro Mundial das Famílias percebe-se uma pastoral “feita com as famílias” e apontou para uma vida familiar “em ação, em missão, em saída”.
“A Igreja sente que precisa de ver estas famílias a caminhar, serem capazes de viver uma missão junto das outras. A questão é saber como vamos conseguir que as famílias se tornam um grande movimento dentro da Igreja, se tornem famílias em ação, em missão, em saída”, disse hoje o bispo auxiliar do Porto em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Armando Esteves Domingues integra a delegação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que está a participar no X Encontro Mundial das Famílias (EMF), até domingo, no Vaticano.
Segundo este responsável, o EMF vive-se “com muita alegria” e destaca que estão ali representantes das conferências episcopais, delegados, “uma elite das famílias”, e levanta-se a questão de como é que podem, nas dioceses, “não repetir, mas ajudar as famílias”, que em muitas intervenções pedem esse acompanhamento.
“Se não há famílias semente, líderes, capazes de caminhar à frente, é muito difícil. Temos de pensar a pastoral a nível nacional, a nível das dioceses, centrada mais nas famílias e partindo da capacidade das próprias famílias”, realçou.
O bispo da Comissão Episcopal do Laicado e Família da CEP assinala que no Encontro Mundial das Famílias percebem a imagem de uma Igreja que “há muito tempo” diz que este setor pastoral deve ser feito “com as famílias, não para as famílias”, e o EMF é a imagem que “é possível”.
“Ver famílias que, das suas próprias fragilidades, conseguem mostrar quão poderosa é esta célula da família se iluminada por Cristo e centrada em Cristo, onde as fragilidades, as provas, até às próprias separações e infidelidades, encontram em Cristo a salvação”, explicou, assinalando que há também a imagem de uma pastoral feita pelas famílias que se torna “poderosa e forte”.
O Papa Francisco participou na abertura do EMF, esta quarta-feira, e, segundo o bispo auxiliar do Porto, “pede um grande investimento de toda a Igreja” e foi “muito pedagógico”, com exemplos, “os momentos das experiências dos casais”, mostrou como “já estavam iluminados pelo Evangelho”, e disse que “a família é vocação, é chamamento”.
“Não está em causa o ser chamado a ser casal cristão, antes disso está em causa sentir-se chamado ao amor, aquele amor que Cristo semeou no coração de cada crente desde o Batismo. Se é vocação, é caminho, nunca está realizada. Corremos o risco de querer que tudo se defina na administração do Sacramento”, acrescentou.
Neste contexto, D. Armando Esteves Domingues observa que o dia do casamento “é cheio de folclore, desafios, fotos, festa, vestidos, almoços, família e valores”, e o sacramento do matrimónio é “uma vocação que é um caminho de santidade, um sacramento a viver todos os dias”.
Para este responsável, é preciso perceber como podem “chamar as famílias à formação”, porque “a melhor formação é a que se faz ao longo do caminho”.
“A grande formação é evangélica, mas depois também é preciso formação complementar, que se vai buscar num retiro espiritual, numa formação, num estudo bíblico, em grupos; há uma formação que se vai adquirindo ao longo da vida, de acordo com as próprias necessidades”, desenvolveu o bispo da Comissão Episcopal do Laicado e Família.
CB/PR
Reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Agência Ecclesia, a Família Cristã, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã