Sínodo da família, dia 4: defender a sexualidade sadia diante do erotismo doentio

Auditores: casal brasileiro Hermelinda e Arturo pede dos bispos um guia simples para os fiéis com os princípios da Humanae Vitae

Cidade do Vaticano, 09 de Outubro de 2014 (Zenit.orgRedacao

 

 

“O ato sexual é legítimo, querido e abençoado por Deus e o prazer derivado dele contribui para a alegria de viver e para a estrutura da personalidade sadia”, afirmaram os cônjuges brasileiros Hermelinda e Arturo Zamperlini, complementando que “esta expressão do amor, que no princípio pode ser paixão, deve ser cada vez mais humanizada”.

Os bispos reunidos no sínodo sobre a família escutaram com atenção, hoje, esse casal unido em matrimônio há 41 anos, pais de três filhos e pertencentes ao movimento das Equipes de Nossa Senhora. Atualmente, eles são responsáveis no Brasil pelo movimento que também está presente em outras 70 nações, com 137.200 membros.

“Os casais que fazem amor expressam com o corpo o que existe nos seus corações. Para se chegar à harmonia, é necessário saber cultivar o desejo e até mesmo um erotismo sadio”, declararam.

“A maneira de lidar com a vida sexual é muito importante para humanizar as pessoas. A sexualidade é um fator da santificação, mas tem que ser salva do erotismo doentio que reduz o ser humano a uma só dimensão”.

“O casal não é frutífero só porque gera os filhos, mas porque se ama e, amando, se abre à vida”, disseram os cônjuges, reconhecendo também que “razões justificadas podem levar os esposos a espaçar o nascimento dos filhos, procurando uma maternidade e paternidade responsável”. Por isso, “a continência periódica e a regulação da natalidade baseada na auto-observação se ajustam aos critérios objetivos da moralidade”.

“Dada a gravidade do ambiente em que nos encontramos, temos que admitir sem medo que muitos casais católicos, mesmo os que procuram seriamente viver seu matrimônio, não se sentem obrigados a usar apenas os métodos naturais”. E acrescentaram: “No geral, isso não é questionado pelos confessores”.

O casal brasileiro assegurou, baseado na experiência, que os métodos naturais são bons, “mas, na cultura atual, parecem carentes de sentido prático. Os casais, especialmente os jovens, vivem um ritmo de vida que não lhes permite praticar esses métodos, já que eles exigem tempo para a formação e o tempo é um bem escasso no mundo em que vivemos”. O método natural, além disso, é explicado superficialmente e “mal utilizado, ganhando a reputação injusta de ser inseguro e ineficiente”. O método natural “não é seguido pela maioria dos casais católicos”, que, em geral, aceitam o uso de outros anticonceptivos e não veem nisso nenhum problema moral.

“As relações sexuais são orientadas à transmissão da vida, mas também ao serviço do amor conjugal”. Eles citaram, a este respeito, os estudos sobre “A evangelização da sexualidade”, que indicam a disparidade entre a doutrina moral e a prática do casal.

Hermelinda e Arturo concluíram pedindo que os bispos facilitem aos fiéis as grandes diretrizes da pedagogia pastoral para ajudá-los a observar os princípios indicados pela Humanae Vitae, através de um guia seguro e simples que responda às exigências do mundo de hoje.

(09 de Outubro de 2014) © Innovative Media Inc.

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