Pensamentos dominantes na vida do homem

 (Artigo de Alexandrino Brochado, publicado em Voz Portucalense de 25 de fevereiro 2015)

 

 

Na vida humana há três pensamentos dominantes que um bom cristão não pode ou não deve esquecer:

– A vida do homem é uma luta;

– A vida do homem é rápida, veloz;

– Nesta vida de luta, rápida, veloz, o homem tem obrigação de pregar a verdade, à semelhança do próprio Cristo.

Toda a vida do homem é uma luta constante, luta em todos os sentidos, no sentido material e no sentido espiritual. Toda a vida do homem está condicionada por duas leis: a lei do trabalho e a lei do progresso. Se não for assim é uma frustração. E a luta no sentido espiritual? Contra as más tendências? As paixões?

A vida do homem é breve como a lançadeira no tear. Aproveitemos a brevidade da vida para fazer o bem. Mauriac escreveu, aos 65 anos, (Março de 1951): sinto que estou a envelhecer como um carneiro que vai perdendo lã nas sarças dos caminhos; mas sei que a vida tem um sentido; nada fica sem recompensa, nem uma lágrima, nem uma gota de sangue…

Importa não esquecer o conceito medieval do “homo peregrinus”: vem de Deus e caminha para Deus, para que o homem amputado da sua dimensão divina não tenha a tentação de construir aqui o palácio encantado da sua felicidade.

O cristão tem a obrigação de pregar pela palavra e pelo exemplo.

Há necessidade urgente de pregar. A sociedade moderna está dessacralizada, materializada, permissiva, de costas voltadas para Deus. Deixaram de se ouvir os sinos para se ouvir os apitos das fábricas. A concepção teocêntrica da vida deu lugar à concepção antropocêntrica.

As forças ateístas ou, melhor dito, anti-teistas, redobram os seus esforços. Marx, Niecht, Freud, Sartre, Russel, Marcuse: é preciso que Deus não exista para que o homem possa existir. São os construtores da morte de Deus. Sartre afirma: se Deus existe, o homem não é nada; se o homem existe, Deus não existe.

Pregar sobretudo pelo exemplo – sintonia entre a fé e a vida. Nas camadas fortes (intelectuais e operários) o cristianismo perde terreno; nas camadas fracas (burgueses e rurais) o cristianismo mantém-se. Nós talvez tenhamos culpa. A imagem que lhes damos de Deus e da religião contribui para o seu afastamento.

Aliança do sim e do não. Bifrontismo de compromisso. Religião só para dentro da igreja. Bons conselhos quando já não se podem fazer asneiras. Morte santa em lugar de vida santa.

É preciso ter o sentido do apostolado.

Os tempos de hoje são de luta, de militância. Não se compadecem com a inércia, a apatia, o medo, a cobardia, o respeito humano.

A vida é uma luta.                            

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