O catolicismo está crescendo na Ásia

Aumenta exponencialmente o número de batizados na China e na Coreia do Sul

Por Ivan de Vargas

 

ROMA, 09 de Abril de 2015 (Zenit.org) – O bispo de Hong Kong, o cardeal John Tong Hon, anunciou, em carta pastoral, que, durante a Vigília Pascal, foram batizados 3.600 novos católicos adultos. Na sua carta pastoral, por ocasião do Domingo de Páscoa, publicada por Asia News, destaca que “cada vez mais católicos estão se comprometendo com alegria no aprofundamento da doutrina, da Escritura e da teologia. Assim, poderão participar da missão da Igreja, tornando-se catequistas voluntários e poderão difundir as sementes do Evangelho com as suas palavras e as suas ações. A nossa diocese está realmente seguindo o caminho da Igreja universal”.

Além disso, o prelado da antiga colónia britânica diz estar  feliz por poder viver “em uma sociedade livre”, onde “várias instituições e vários meios de comunicação podem nutrir a nossa fé, podem ajudar-nos a aprofundá-la e graças às quais podemos aprender como difundir o Evangelho”.

Enquanto no resto do país, sob o regime comunista, as dificuldades são numerosas, o cardeal Tong Hon destaca aos seus fieis duas iniciativas evangelizadoras que conheceu em suas recentes visitas e que demonstram a vitalidade dos católicos no gigante asiático, apesar das perseguições.

A primeira delas tem como protagonista um jovem sacerdote, que “não foi um grande estudante no seminário” mas sim muito “humilde e fervoroso”. Este foi destinado a uma área rural no norte da China. Lá, consciente de suas próprias limitações como orador – diz o prelado – , dividiu os católicos da sua paróquia em dois grupos.

“Os recém-batizados são responsáveis por convidar amigos e vizinhos não-católicos à igreja, para trazê-los para o catecumenato. Os outros são responsáveis por ensinar a doutrina católica aos catecúmenos. Enquanto isso, ele permanece em uma pequena capela rezando com muito fervor até a conclusão das aulas de catecismo. O resultado é que a cada ano está batizando mais de mil novos católicos!”, Diz o bispo de Hong Kong.

A segunda história se passa no Nordeste do país, onde um missionário católico começou uma campanha missionária sem levar comida e nem dinheiro. Primeiro prega o Evangelho e depois pede esmola para comer, e, pela noite, dorme na frente das portas das casas.

Seu fervor apostólico alcançou mais de mil conversões, por isso, quando chega a uma cidade procura um sacerdote e pede que o acompanhe para batizar os convertidos do lugar. A fama deste homem está se espalhando com rapidez, apesar de que ele queira atuar com discrição, pelo risco que existe de chamar a atenção do Partido Comunista Chinês.

No país das Olimpíadas de 2008 todos os bispos fiéis a Roma estão sob vigilância, detidos ou desaparecidos. Há 12 milhões de católicos, a metade pertence às comunidades clandestinas. Estima-se que, com ou sem perseguição, os cristãos na China, em 2030, serão cerca de 120 milhões.

Além disso, o número de sul-coreanos batizado no rito católico aumentou no ano passado, um fato que acontece pela primeira vez desde 2010. A Conferência Episcopal da Coreia do Sul atribuiu o aumento ao efeito da visita do Papa Francisco que em agosto visitou o país durante cinco dias para participar de um encontro de jovens católicos da Ásia e da beatificação dos mártires coreanos.

De acordo com as estatísticas oficiais, apresentadas pelos bispos nesta quarta-feira, durante 2014 foram batizados no país um total de 124.748 católicos (incluindo crianças e adultos), um 5 por cento mais do que o verificado no ano anterior.

Este é o primeiro aumento depois de quatro anos consecutivos de declínio, com quedas de 10,4 por cento em 2010, de 4,3 por cento em 2011, de 1,8 por cento em 2012 e 10 por cento em 2013.

As estatísticas também mostram que, no ano passado, a população católica da Coréia do Sul subiu 2,2 por cento, para 5,57 milhões de pessoas, que representam um 10,6 por cento do total da população .

 

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