“Não odeie nunca e se alguém faz o mal, procure perdoá-lo, nada de ódio, muito perdão”, disse o Papa aos jovens africanos

Amar, perdoar e construir a paz. Convidou a resistir e indicou como símbolo a planta da bananeira

Depois da missa na Catedral, presidida pelo Papa neste último domingo, na capital da república centro-africana, houve um encontro com os jovens do país.

Nos degraus da Catedral de Bangui pediu-lhes para não fugirem, para ficarem e construírem a paz, que é um trabalho que se consegue dia a dia. Além do mais, destacou várias vezes três conceitos: amor, perdão e paz.

“Saúdo-vos com todo o carinho. Este jovem que falou em nome de todos disse que o símbolo de vocês é a bananeira. A bananeira é um símbolo de vida que cresce, se reproduz e dá seu fruto com tanta energia alimentar.

A banana é resistente, acho que isso marca claramente o caminho que se propõe neste momento difícil, de guerra, ódio, divisão. O caminho da resistência.

O amigo dizia que alguns de vocês querem fugir, fugir dos desafios nunca é uma solução. É necessário resistir, ter a coragem da resistência na luta pelo bem. Quem escapa não tem a coragem de dar a vida.

A banana dá a vida e se reproduz e dá mais vida, porque permanece lá. Alguns de vocês vão me perguntar: o que podemos fazer? Como se resiste? Vou lhes dar três ideias que poderão ser úteis para resistir.

Em primeiro lugar a oração, porque é poderosa. A oração vence o mal, a oração aproxima de Deus, que é Todo-Poderoso. Eu lhes pergunto: Vocês oram? Não se esqueçam.

Em segundo lugar: trabalhar pela paz, e a paz não é um documento que se assina e fica lá, a paz se faz todos os dias. A paz é um trabalho artesanal, se faz com as mãos. Alguém me perguntará: padre, como eu posso ser um artesão da paz?

Não odeie nunca e se alguém faz o mal, procure perdoá-lo, nada de ódio, muito perdão. Vão juntos. Nada ódio, muito perdão. Se você não tem ódio no seu coração, se você perdoa, será um vencedor, porque serão vencedores da batalha mais difícil da vida, vencedores no amor. E através do amor chega a paz.

Vocês querem ser perdedores ou vencedores na vida? O que vocês querem? (Respondem: “vencedores”) e só se vence no caminho do amor, no caminho do amor, e é possível amar o inimigo? Sim. É possível perdoar quem fez o mal? Sim. Assim, com o amor e o perdão vocês vencerão. Serão vencedores na vida, o amor nunca os fará derrotados.

Desejo-lhes o melhor, pensem na banana, na resistência diante das dificuldades. Fugir, escapar para longe, não é a solução. Vocês devem ser valentes. Entenderam o que significa ser valentes? Valentes no perdão, valentes no amor, valente na construção da paz.

De acordo? Digamos juntos: valentes no perdão, no amor, na paz. (O público responde).

Caro jovens centro-africanos, estou muito feliz por encontrá-los, hoje nós abrimos esta Porta, significa a porta da misericórdia de Deus. Confiem em Deus, porque Ele é misericordioso. Ele é amor, Ele é capaz de dar-nos a paz. E por isso falei há pouco que é necessário rezar para resistir, para amar, para não odiar, para ser artesão da paz.

Obrigado pela vossa presença. Agora vou confessar alguns de vocês. Estão com o coração dispostos a resistir? Sim ou não? (Os jovens respondem).

Estão com o coração disposto a lutar pela paz? (A audiência responde). Estão com o coração disposto para perdoar? (A audiência responde). Vocês têm o coração disposto para a reconciliação? (a audiência responde). Vocês têm o coração disposto para amar esta bela pátria? (o público responde). E volto ao início: estão com o coração disposto a orar?

Agora, também peço-lhes que rezem por mim, para que possa ser um bom bispo, para que possa ser um bom Papa. Me prometem que rezarão por mim? Agora eu lhes dou a minha bênção, a vocês e às suas famílias, pedindo ao Senhor que lhes dê o amor e a paz. Que a bênção de Deus…

Boa noite e rezem por mim”.

 

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