O Santo Padre convidou os refugiados da república centro-africana a gritar que “somos todos irmãos”
Rocío Lancho García | 30 de Novembro | ZENIT.org | Papa Francisco | Roma – O Santo Padre Francisco visitou um campo de refugiados em Bangui, na paróquia de São Sauveur, pouco depois da sua chegada na capital da República Centro-Africana. O Papa aterrou neste domingo pela manhã no último país da sua viagem pela África, onde visitou o Quênia e Uganda.
Vindo do palácio presidencial, o Pontífice chegou ao campo de refugiados e foi acolhido por um grupo de crianças. Os pequenos carregavam cartazes de tecido com mensagens de boas-vindas ao Santo Padre, que começou a caminhar pelo lugar e parou com calma para dar a mão e cumprimentar as pessoas que o esperavam com alegria e profundo entusiasmo. Também era possível ver alguns cascos azuis, que garantiam a segurança do encontro.
Uma mulher, do Centro São João XXIII disse-lhe umas palavras de boas-vindas. Assim, manifestou a alegria e a felicidade dos presentes pela visita do Papa para “compartilhar a nossa angústia e a nossa esperança”. E enfatizando a grande alegria desta paróquia que o recebe, a mulher agradeceu ao Santo Padre pela sua amizade.
Em seguida, Francisco pegou o microfone e cumprimentou os presentes em italiano, enquanto era traduzido simultaneamente à língua local. O Santo Padre mencionou as palavras que leu nos cartazes das crianças: paz, perdão, amor. Por isso, indicou que “devemos trabalhar, rezar e fazer tudo pela paz”. Mas – observou – a paz sem amor, sem amizade, sem tolerância, sem perdão, não é possível. O Pontífice garantiu que “cada um de nós deve fazer algo”. Dessa forma, desejou aos presentes e a todos os centro-africanos a paz, “uma grande paz entre vós”, “que possais viver em paz, independente da etnia, da cultura, da religião, da classe social, mas todos em paz”. Finalmente, destacou que “todos somos irmãos” e convidou os refugiados deste campo a gritar várias vezes “todos somos irmãos!”
Um dos encontros mais comoventes da viagem à África, na qual o Santo Padre pôde tocar e acariciar os “últimos”, os esquecidos. Pessoas que deixaram tudo, fugindo da violência e da pobreza. O Papa levou esperança a um lugar marcado pela extrema necessidade. Visitou mais uma vez a periferia existencial, sem pressa, parando com cada criança, com cada doente. Tudo isso acompanhado por cantos e danças tradicionais, que demonstravam a alegria profunda destas pessoas que esperavam a visita do sucessor de Pedro.
A República Centro-Africana continua a ser uma das maiores crises humanitárias atuais na África. Há cerca de 440 mil refugiados dentro do país e outros 450 mil refugiados nos países vizinhos, ou seja, um quinto da população.