Desafio foi deixado no Algarve pelo presidente do Conselho Pontifício para a Família
Faro, Algarve, 27 jan 2016 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Família expressou no Algarve o desejo de que o Jubileu da Misericórdia seja uma ocasião para os cristãos estarem mais atentos aos dramas e anseios das famílias.
“As portas santas da misericórdia não estão apenas nas catedrais, temos de as encontrar em cada casa, temos de as abrir para sairmos ao encontro dos outros e para acolher”, desafiou D. Vicenzo Paglia, em declarações à Agência ECCLESIA em Albufeira.
O responsável do Vaticano veio a Portugal como orador principal das jornadas de atualização do clero das dioceses da Província Eclesiástica do Sul (Algarve, Beja, Évora e este ano, pela primeira vez Setúbal), que se vão prolongar até esta quinta-feira.
Este ano, o evento organizado pelo Instituto Superior de Teologia de Évora teve como foco principal o último Sínodo dos Bispos sobre a Família.
D. Vicenzo Paglia procurou despertar os participantes para a mudança que tem de suceder, no seio da Igreja e não só, no que toca ao cuidado para com as famílias, que formam o “coração” da própria sociedade.
“O Sínodo foi um momento importantíssimo para a Igreja e para o mundo, porque a Família não é uma questão católica, é uma questão da humanidade, e a Família debate-se hoje com problemas terríveis, de divisões, dramas, incertezas”, observou o arcebispo italiano.
Para o prelado, é fundamental que as famílias cristãs consigam mostrar o verdadeiro significado do “sacramento do matrimónio”, em que cada pessoa é desafiada “a pensar mais nos outros” e nas “gerações vindouras” do que “em si mesma”.
Uma ideia que o presidente do Conselho Pontifício para a Família desenvolveu durante a mensagem que transmitiu aos sacerdotes, apontando que “a família continua a ser caminho privilegiado para a plena humanização”.
Para “uma sociedade menos individualista, menos conflituosa, menos violenta e mais capaz de amar e de ser solidária”.
Nesse sentido, D. Vicenzo Paglia exortou os bispos e sacerdotes presentes nas jornadas de atualização em Albufeira a estarem ao lado das famílias, tomando como exemplo o Papa Francisco que tem baseado o seu pontificado na figura do “bispo-pároco”, ou seja, de alguém que apesar de estar numa posição de líder, nunca perdeu o gosto pelo contacto pessoal com as pessoas.
“Não percam essa paixão”, pediu o arcebispo italiano, alertando que “só compreendendo as famílias é que poderemos ter uma Igreja também ela familiar”.