Igreja: Perda do «sentido da família» afeta «quantidade e qualidade das vocações»

Dizem os bispos europeus reunidos em Praga, na República Checa

 

Praga, República Checa, 07 jul 2015 (Ecclesia) – As jornadas deste ano do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), à volta da temática das vocações, destacam a família como um berço essencial da fé que deve ser defendido.

No lançamento do evento, que decorre até esta quinta-feira em Praga, na República Checa, o secretário-geral do CCEE salientou que “a família, como igreja doméstica, é a primeira comunidade para a transmissão da fé” e onde “muitas vezes a vocação para o sacerdócio ou para a vida religiosa começa por ser descoberta”.

No entanto, apontou o padre Michael Remery, “se perder a sua essência, a família pode ser também nefasta para o desenvolvimento de uma vocação, por esta não ser devidamente acompanhada”.

“Quando a instituição da família perde o seu sentido, enquanto comunidade cristã constituída em torno do bem-estar do casal e dos seus filhos, isto afeta diretamente a harmonia natural da vida familiar e, consequentemente, tanto a quantidade como a qualidade das vocações”, alertou o sacerdote.

Durante o encontro na capital checa, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, os bispos europeus estão também a abordar o modo como a família e a sociedade olham para um ideal de vocação cristã que implica colocar a vida ao serviço de Deus e dos outros.

“Quando um jovem ou uma jovem mostra um desejo crescente em seguir Cristo de modo radical, através do sacerdócio ou da vida consagrada, a sua família pode sentir-se incapaz para lidar sozinha com esta questão, e com as dúvidas e desafios que a ela estão associadas”, apontou o padre Michael Remery.

Por outro lado, “hoje este tipo de escolha é vista como pouco atrativa e estranha. Tão pouco atrativa e estranha que, frequentemente, os primeiros obstáculos e negações que surgem no caminho são colocados pela própria família cristã”, acrescentou.

Sobre esta questão, o secretário-geral da CCEE frisou que “o caminho para a vocação é antes de mais um caminho entre Deus e a pessoa que é chamada, e a escolha final deve ser da pessoa envolvida e de mais ninguém”.

 Isso não impede que, como parte de uma comunidade que “não caminha sozinha”, os “cristãos se ajudem uns aos outros”, e às famílias, para que estas consigam “discernir e apoiar uma possível vocação”, concluiu.

A reunião de Praga conta com a participação de 72 representantes católicos de 20 nações da Europa, incluindo 9 bispos e diversos responsáveis pela pastoral das vocações, quer nas conferências episcopais quer no seio das congregações religiosas.

Destaque ainda para a presença de elementos da Comissão para a Vida Consagrada dos Estados Unidos da América.

Agência Ecclesia

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