O Santo Padre destaca a indissolubilidade do matrimônio e, sobre os divorciados que voltam a se casar, diz que é “simplista dizer que possam comungar”
Roma, 28 de Setembro de 2015 (ZENIT.org) – “Não existe divórcio católico: é que não existiu matrimônio. E, se existiu, é indissolúvel”, disse o Santo Padre na entrevista coletiva a bordo do avião de volta para Roma.
Respondendo a uma das perguntas dos jornalistas, o papa explicou que, a recente reforma dos processos de nulidade matrimonial foi pedida “pela maioria dos padres sinodais nas reuniões do ano passado. Era preciso agilizar os processos. Havia processos que duravam dez, quinze anos”.
A dupla sentença, quando era válida, “foi criada por Bento XIV porque na Europa Central, não digo em qual país, havia alguns abusos. Para pará-los, ele introduziu a dupla sentença”. E acrescentou que “os processos mudam e a jurisprudência é melhorada sempre”.
O novo motu proprio “facilita os processos no tempo, mas não é um divórcio, porque o matrimônio é indissolúvel quando é sacramento e isto a Igreja não pode mudar: é doutrina, é um sacramento indissolúvel”.
Os processos legais, explicou o Santo Padre, são para provar que aquilo que “parecia sacramento” na verdade não era: por falta de liberdade, por exemplo, ou por falta de maturidade, ou por doença mental… São muitos os motivos.
O Santo Padre também falou do problema dos divorciados em nova união: “É simplista dizer que se pode fazer a comunhão. O que o Instrumentum Laboris propõe é mais”. O papa citou os jovens que não se casam, o que é outro “problema pastoral” ligado à “maturidade afetiva”. E falou de outro problema: “a preparação para o matrimônio”. A este respeito, ele observou que, “para ser sacerdote, há uma preparação de no mínimo 8 anos”, mas, para casar-se, “fazem quatro cursos. Tem algo que não funciona”.