Equipas de Nossa Senhora – um caminho para a santidade no matrimónio

 (Artigo de Sílvia Júlio, publicado em Família Cristã, dezembro 2014)

Ajudar casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos. Era assim que o Pe. Henri Caffarel, o fundador deste movimento, em França, se referia ao objectivo essencial das Equipas de Nossa Senhora. Um grupo de espiritualidade conjugal que ajuda marido e mulher a sentar e a conversar. Nos dias de hoje, há quem tenha de marcar na agenda esse momento.

As histórias de amor prosseguem depois de o casal prometer que, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, se manterá junto. Aconteça o que acontecer. No melhor e no pior. E como é que isso se faz? “Tentando validar em cada dia o sacramento do Matrimónio, porque aquilo que nos uniu é único”, conta João Paulo Mendes, 48 anos, engenheiro electrotécnico. Por sua vez, Margarida Mendes, 50 anos, médica, acrescenta: “É uma luta diária ser exigente, contrariar o comodismo e o “deixar andar”. Mas com a oração conjugal vamos percebendo o que Deus quer de nós. Podemos pensar que ser santos é não fazer disparates – não é nada disso. É um percurso de exigência em que procuramos acertar o passo”.

João Paulo e Margarida Mendes, casados há mais de 20 anos e com dois filhos, são o casal responsável pela Supra-Região Portugal das Equipas de Nossa Senhora (ENS). O movimento existe no nosso país há mais de cinco décadas e está espalhado pelo continente, ilhas (Madeira e Açores) e África lusófona (Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe). Segundo os últimos números do movimento, há cerca de 15 500 membros, mais de 1 100 equipas e 6 000 casais na Supra-Região Portugal. Um conselheiro espiritual que, por norma, é um sacerdote, apoia as equipas.

Cada equipa é constituída por cinco a sete casais. Para ajudar marido e mulher a caminhar na santidade, há uma metodologia própria neste movimento que assenta na oração, na leitura diária da Palavra e no esforço de melhoria de algum aspecto individual ou do casal ao longo do mês (é o que chamam “regra de vida”). Há ainda o “dever de sentar”, de parar para conversar a dois. “É uma proposta de diálogo que é feita mensalmente; depois, na reunião de equipa, é partilhado o empenho de cada casal ao longo do mês relativamente a essas questões”.

Margarida e João Paulo chegam a marcar na agenda o dia, a tarde ou a noite para o tal “dever de sentar”. As vidas profissionais agitadas de um e de outro impedem que se tenha todo o tempo do mundo para marido e mulher sentarem e conversarem. Quando existe relação há sempre pontos de vista que não estão em sintonia. Porém a oração que antecede o “dever de sentar” impede que haja conflitos de maior: “A oração dos dois acalma logo algum atrito que possa haver”, afiança o casal Mendes.

Os temas discutidos, aspectos da vida do dia-a-dia, são propostas lançadas pela equipa internacional. Os encontros mensais realizam-se rotativamente em casa de todos os membros. A reunião começa sempre com uma refeição. Pelo meio do mês pode haver ainda reuniões de amizade que se traduzem em idas ao cinema ou teatro, passeios em conjunto, uma refeição num sítio diferente ou tomar simplesmente um café numa esplanada para se conversar sobre tudo e sobre nada. Nestas ditas reuniões de amizade, os filhos ou os idosos que vivem em casa destes casais podem estar todos juntos. Os casais que fazem parte das ENS vivem, de alguma maneira, a sua intimidade em comunidade. E isso – dizem – é uma mais-valia para todos: “Enriquecemo-nos com a experiência de uns e de outros”, sublinha Margarida.

Se quiser conhecer melhor este movimento, pode visitar o sítio web (www.ens.pt) ou contactar directamente o secretariado (Tel.: 216 097 677) para ser orientado pelo casal responsável da sua área geográfica.

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