Artigo sobre o Vaticano é indigno e mesquinho, disse o porta-voz do Vaticano

O Jornal El Expreso publica artigo que imagina uma luta interna pelo poder no Vaticano e considera que a reforma do Papa corre perigo.

ROMA, 27 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) – O semanário sensacionalismo italiano L’Espresso, publicou hoje três artigos com tons de romance, em que imagina supostas brigas internas no Vaticano pelo poder e sobre questões econômicas. A publicidade da “investigação” traz um título que em si é indicativo: “Vaticano, há uma batalha pelo tesouro). Enquanto isso a revista espera que com esta “investigação” o número de vendas aumente significativamente.

Sobre o assunto, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o padre Federico Lombardi, destacou hoje, em comunicado, três observações precisas. Em primeiro lugar, lembra que “passar documentos confidenciais à imprensa com fins controversos ou para alimentar polêmicas não é novo, mas é sempre reprovável e ilegal”.

Além disso, o porta-voz da Santa Sé indica como absolutamente normal “que questões complexas do ponto de vista econômico ou jurídico tenham sido ou tenham que ser objetivo de debate e de pontos de vista diferentes”. Acrescenta que “à luz dos pontos de vista expressos, o Papa dá as suas orientações e todos os responsáveis as seguem”.

Por fim, diz: “O artigo que dirige diretamente ataques pessoais deve ser considerado indigno e mesquinho”. O porta-voz também desmente: “Não é verdade que a Secretaria para a Economia não esteja levando adiante o seu trabalho com continuidade e eficácia”. Para confirmar isso, o padre Lombardi anunciou que há uma previsão de que nos próximos meses se publique os balanços do 2014 e o orçamento de 2015 para todas as entidades da Santa Sé, incluída a mesma secretaria. Basta lembrar que no ano passado, pela primeira vez o Vaticano publicou seus balanços online.

Durante o Vatikeaks, tal revista descrevia uma luta de poder entre o então secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone e várias autoridades da Santa Sé. Hoje que o Cardeal Bertone está retirado, a revista indica outros cardeais usando exatamente o mesmo esquema anterior.

Até mesmo a publicidade do artigo acusa a Santa Sé de “fazer negócios” com os selos, camisetas e objetos religiosos, considerando que nada mudou no Vaticano.

O artigo publicado pela revista, coloca no alvo das críticas também o cardeal australiano George Pell, novo Secretário de Economia, cujo dicastério assumiu poderes de controle financeiro e de gestão da Santa Sé.

É acusado de dar quantias altíssimas e comprar viagens aéreas na primeira classe. Dessa forma a publicação anuncia a matéria como um “novo Vatileaks”. Afirma ter recibos, embora as fotos não estejam na revista. Na publicidade da revista aparece a capa de uma ata de uma reunião de cardeais da Seção Extraordinária do APSA, as citações que diz ser dos cardeais estariam dentro de tal ata, ata essa, porém, que não publicaram. 

 

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