Semana da Vida: Igreja preocupada com «cultura da morte»

Iniciativa tem como lema «Vida com dignidade – opção pelos mais fracos» de 10 a 17 de maio

 

Lisboa, 09 mai 2015 (Ecclesia) – A Igreja Católica promove a partir de domingo a ‘Semana da Vida’, que alerta para a “necessidade de um combate ao aborto e à eutanásia”, bem como para situações como “a pobreza, os doentes, as famílias necessitadas”.

“Hoje vemos que a dignidade humana está posta em causa por outras circunstâncias. Na linha do que a Igreja e a Conferência Episcopal Portuguesa têm defendido devemos ter um olhar especial para outras situações, como a pobreza, os doentes, as famílias mais necessitadas e as crianças, para exista uma valorização da cultura da vida e uma prevenção da cultura da morte”, revela à Agência ECCLESIA Luís Reis Lopes, responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar.

A Semana da Vida tem como tema ‘Vida com dignidade – opção pelos mais fracos’ e celebra-se entre 10 e 17 de maio.

Neste contexto, o departamento da Comissão Episcopal Laicado e Família, preparou um guião onde propõem “textos de reflexão, a Oração do Terço”, onde apelam a “rezar em sintonia” com o objetivo de “criar mais dignidade e dar mais atenção aos mais fracos”.

Luís Reis Lopes sublinha que o documento disponível em www.leigos.pt/ também tem “algumas sugestões” para as famílias terem “pequenos gestos, uma cultura de família”.

“Achamos que estamos a viver tempos muito difíceis e que as pessoas também precisam de ouvir uma palavra de esperança e estar em sintonia com este desejo do Papa e dos nossos bispos de chegar realmente às periferias”, desenvolveu o entrevistado.

Segundo o responsável existem imensos casos de pessoas que “precisam de cuidado”, conhecidos através da “comunicação social” mas também por relatos de proximidade.

Nesta semana, muitas dioceses portuguesas também assinalam o Dia Internacional da Família (15 de maio) e celebram a festa da família, “que são muito importantes”.

“Que sejam mobilizadoras não só das estruturas paroquiais, vicariais mas também dos movimentos e outras pessoas. Queremos que também venham idosos, crianças, jovens, tem um caráter festivo mas também empenhativo nestas problemáticas”, declarou o coordenador do departamento.

Portugal vive um período de pré-eleições onde surgem medidas que pretendem incentivar a natalidade e apoiar a família, neste sentido, Luís Reis Lopes apela a uma “sociedade e economia mais amiga da família” e sem “receitas e fórmulas mágicas” pretendem que exista “reflexão e compromisso sério” para que os casais jovens possam casar “mais cedo” e constituir “famílias numerosas”.

Para o interlocutor não chega uma “mudanças de mentalidades” mas de condições reais onde haja “trabalho estável” porque a mobilidade “é terrível” e pede à sociedade, aos responsáveis políticos e às empresas “mais atenção à necessidade” de estabilidade.

“Nas empresas vemos muitas pressões sobre as mulheres para não engravidarem”, exemplificou com o desejo que as próximas eleições “esclareçam” se vão existir alterações.

O coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Familiar manifestou ainda “muito agrado” pela iniciativa Legislativa de Cidadãos “Lei de Apoio à Maternidade e à Paternidade – do Direito a Nascer”, que recolheu 48 mil assinaturas entregues na Assembleia da República, e propõe “diversas alterações” legislativas.

“O aborto é um atentado à vida e nós defendemo-la em todas as suas formas e temos de dignificar a família cada vez mais para ser capaz de combater todas as formas de violência que existem na nossa sociedade para que a família seja respeitada, valorizada”, alertou Luís Reis Lopes.

HM/CB/OC

Entrevista a Luís Reis Lopes, conduzida por Henrique Matos, da ecclesia.

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