RCC – Que lugar na Igreja de hoje?

Antes do ensinamento que me foi proposto, quero saudar

– A Equipa Nacional, o Responsável Nacional, Dr. José Luís Oliveira, o Assistente Nacional Senhor Padre José Alberto Magalhães e demais membros e agradecer a sua comunhão, dedicação e serviço;

 

– As Equipas Diocesanas e os seus Assistentes e agradecer-lhes o acompanhamento dos grupos nas respetivas Dioceses, apesar de outras missões pastorais que lhes estão confiadas;

– A Equipa de Serviço desta Assembleia, o seu empenho para proporcionar a todos um bom acolhimento, animação, e tudo mais que é necessário, para que a Assembleia fosse verdadeiramente uma experiência de Pentecostes;

– A cada um de vós, caríssimos Irmãos e Irmãs. Obrigado pelo vosso testemunho de fé, de oração, de amor a Jesus.

Somos uma família unida na fé no Senhor, no amor do Pai e na comunhão do Espirito Santo.

Saboreamos a alegria da comunhão fraterna e da presença de Jesus entre nós e queremos comunicá-la a todos, queremos ser agentes de comunhão e de unidade com a força do Espirito Santo.

Esta é uma Assembleia especial. Comemoramos 50 anos do RCC, uma «corrente de graça» que chegou há 40 anos a Portugal e que não pode estagnar. É um dom do Espírito para a renovação da vida cristã e da Igreja.

Queremos mantê-la bem viva; queremos que ela chegue a todos, porque Jesus quer fazer chegar o seu amor e a sua misericórdia a todos,  quer salvar a todos e conta com a nossa humilde colaboração.

Damos graças a Deus por todos os que ao longo destes anos mantiveram viva esta «corrente», a alargaram às paróquias, às dioceses, ao mundo.

 

Que esta Assembleia nos leve a uma renovada adesão ao Senhor, ao Evangelho, à missão de «discípulos missionários».

Não se pode ser discípulo sem ser missionário e não se pode ser missionário sem ser discípulo.

 

RCC – QUE LUGAR NA IGREJA DE HOJE?

Os grupos do RCC apresentam-se como «fermentos espirituais» com algum relevo na Igreja Católica.

E são-no sobretudo a partir da experiência da «efusão do Espirito Santo», precedida de um caminho de conversão que leva:

– a uma renovada tomada de consciência do Espírito Santo na própria vida;

– a uma abertura às suas moções e inspirações;

– a uma revitalização dos carismas recebidos;

– a uma renovação da graça batismal;

– a uma maior consciência da presença do Espirito Santo e a uma maior docilidade às suas aspirações.

A «efusão do Espirito Santo» produz uma nova e especial intervenção do Espirito Santo,

– «nova» em relação às intervenções precedentes;

– «especial» pelo modo com acontece e pelos frutos que produz.

A «efusão do Espirito Santo» produz no crente um renovado impulso do Espirito Santo, uma revitalização da graça recebida nos sacramentos de iniciação cristã, do Batismo, Eucaristia e Crisma, Sacramentos que se inserem num processo de iniciação à vida cristã.

Com o Batismo recebemos o dom do Espirito Santo que nos incorpora a Cristo e nos insere na Igreja.

No Batismo fomos sepultados com Cristo na morte para ressuscitar com Ele para a vida nova dos filhos de Deus.

O Batismo é o início de um caminho, “um caminho que dura toda a vida” e que a certo momento, na vida de muita gente, se interrompeu; a vida nova recebida estagnou, não cresceu, não se desenvolveu; a graça recebida não foi valorizada, não se cresceu como cristão, em ordem à maturidade da fé e ao compromisso cristão no mundo.

Depois veio o Sacramento do Crisma, uma nova intervenção do Espirito Santo. Nele recebemos a plenitude do Espirito Santo com os seus dons.

O Crisma é o sacramento da maturidade cristã, para um testemunho de Cristo. “Recebereis o Espirito Santo e sereis minhas testemunhas…”.

Recebemos o Espírito Santo para sermos testemunhas de Jesus, sinais e portadores do seu amor no mundo.

O sacramento do Crisma capacita-nos para viver e testemunhar a própria fé.

O dom do Espirito Santo que recebemos no Batismo e no Crisma une-nos a Cristo e à sua missão, insere-nos plenamente na Igreja, comunidade dos seus discípulos, daqueles que O confessam como seu Senhor e partilham com Ele a vida e a missão.

Em virtude da unção batismal e crismal cada um de nós pode dizer como Jesus disse na sinagoga de Nazaré ao dar inicio à sua vida pública, à sua missão messiânica: “O Espirito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres, enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor” (Lc 4,18-19).

Também os outros sacramentos concedem uma graça particular, em ordem a uma missão ou situação concreta de cada um, como lemos na exortação de São Paulo a Timóteo: “recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espirito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso” (2 Tm 1,6-8).

A «efusão do Espirito Santo» é isto mesmo: reacender o dom do Batismo, que recebemos mediante a água e o Espirito Santo, e do Crisma que recebemos mediante a imposição das mãos e da unção crismal.

Reacender e valorizar a graça sacramental, os dons e os carismas, pela ação do Espirito Santo, de modo que Ele plasme o nosso ser e o nosso agir, colaborando com O Espírito Santo, não opondo resistência.

Falar de «efusão do Espírito Santo» não significa uma nova vinda do Espirito Santo, mas a tomada de consciência de que o recebemos, e somos habitados por Ele.

Receber a «efusão do Espirito Santo» é desejar obter de Deus a firmeza da fé, o vigor da esperança, o ardor da caridade, a fortaleza para o testemunho cristão, que por vezes, é tão difícil.

Receber a «efusão do Espirito Santo» é desejar e pedir que com a sua nova intervenção nos ajude a remover os obstáculos que impedem de viver em conformidade com as suas inspirações, de modo que Ele possa realizar a sua obra em nós e, através de nós, no mundo, para que renovados pelo Espirito, possamos ser seus instrumentos para renovar a terra, para renovar o mundo, para tornar presente o Reino de Deus.

A «efusão do Espirito Santo» não é um superbatismo, nem um seu complemento, mas uma nova e especial intervenção do Espirito Santo, para revitalizar a graça batismal e crismal, porventura inoperante, para viver verdadeiramente como novas criaturas, revestidas de Cristo e do seu Espirito, para caminhar como «filhos da luz», edificar o Reino de Deus, fazer a vontade de Deus, e realizar plenamente a nossa vocação à santidade, sermos santos como Deus é santo.

O Renovamento qualifica-se como «carismático», porque implica uma explicita relação com os carismas, com aquelas “graças especiais” (LG 12b) que o Espirito Santo nos concede para estarmos disponíveis e prontos a dar testemunho de Cristo com as palavras e com a vida pessoal e comunitariamente.

Não se trata de carismas extraordinários, mas dos dons que enriquecem a vida cristã e que se reconhecem como dados gratuitamente pelo Espirito para a edificação da Igreja, para o bem comum, não para proveito próprio, para vanglória ou protagonismo.

Só se pode falar de RCC em sentido pleno, quando nos batizados há uma ligação vital entre carismas e presença ativa do Espirito Santo, em cada um e na Igreja, que faz viver no Espirito, caminhar no Espirito, testemunhar a sua presença com os frutos do Espirito, na própria vida pessoal e na vida da comunidade cristã.

São Paulo na carta aos Gálatas fala de nove frutos do Espirito: “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio (Gl 5,22-23).

São os frutos que atestam a presença do Espirito em nós e quando se verificam, então podemos falar de renovação, de transformação, de conversão; então podemos falar de RCC,

– de uma nova relação com as Pessoas divinas;

– de uma união mais profunda com Cristo;

– de uma maior união com Deus, de experiência da sua paternidade, do seu amor, da sua providência e da sua misericórdia;

– de uma nova relação com Nossa Senhora, modelo perfeito de abertura e de disponibilidade ao Espirito, de uma total disponibilidade para Deus, do «faça-se em mim segundo a tua palavra»; da sua imitação;

– de um caminho de conversão permanente a Cristo e ao seu Evangelho;

– de experiência de carismas particulares, como a glossolalia, a profecia, a cura, o discernimento…

Não tem discernimento e ilude-se quem julga poder atrair e manter as pessoas nos grupos do RCC sem lhes anunciar o Evangelho, sem os convidar à conversão e sem lhes propor a vida nova do Espirito alicerçada no mistério da cruz, sem as fazer passar pela experiência da «efusão», onde acontece a conversão e a renovação, para uma vida nova no Espirito.

E «efusão» marca o lugar do RCC, com uma vida nova, com um testemunho marcado pela fé, pela confiança em Jesus, pela simplicidade, pela alegria do Espirito Santo, evangélica, evangelizadora, contagiante, que renova a comunidade cristã, a Igreja.

Uma alegria missionária, fruto da presença e da ação do Espirito Santo na própria vida.

 

RCC – que lugar na Igreja?

Falar de RCC é falar de crentes que receberam a «efusão do Espirito Santo», convertidos, renovados, transformados. Eles são o RCC!

O RCC não é uma realidade abstrata, virtual, assim como o não é a Igreja, mas pessoas que vivem a comunhão com Cristo e entre si, professam a mesma fé, receberam o mesmo Batismo, foram ungidos pelo mesmo Espirito para a missão de anuncio e de testemunho de Cristo.

O seu lugar na Igreja é ser fermento, Bom fermento que leveda a massa, não se perde na massa!

O seu lugar na Igreja é de compromisso na sua missão. Os membros do RCC são membros da Igreja, membros vivos, não mortos, de quem se espera um testemunho cristão forte, interpelativo, transformador.

O que a Igreja precisa para levar para diante a missão que o Senhor lhe confiou é de cristãos testemunhas, e dos membros do RCC, deseja-se e espera-se:

 

1)  Um testemunho de vida de oração

Os momentos fortes do RCC são marcados pela fé, pela abertura ao Espirito que leva ao diálogo com Deus, pela presença de Jesus, segundo a sua promessa: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles” (Mt 18,20).

Os membros do RCC reúnem-se em nome de Cristo, sentem a sua presença viva de Jesus no meio deles, através do Espirito Santo, e dirigem-se a Deus com humildade, com verdade e com confiança.

Escutam a sua Palavra.

Buscam a vontade de Deus.

Edificam-se mutuamente uns aos outros com o testemunho da própria fé, com a verdade da sua própria vida, da sua própria conduta.

Movem-nos a recomendação de São Paulo: “Deixai-vos encher do Espirito; entre vós, cantai salmos, hinos e louvai o Senhor com todo o vosso coração; sem cessar, dai graças a Deus por tudo a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 5,18-20).

A oração carismática é considerada um dom do Espirito Santo, que introduz no diálogo com Deus e o reaviva. Na verdade, o Espirito Santo atesta ao nosso Espirito que somos filhos de Deus, como diz São Paulo, “e, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espirito de seu Filho, que clama: «Abbá!» – Pai” (Gl 4,6).

A oração carismática não é uma ação puramente humana, mas é a resposta a uma iniciativa de Deus, que, mediante o dom do Espirito Santo, habilita o batizado a dialogar familiar e filialmente com Deus.

Os motivos da oração, dita carismática, são, entre outros, louvor, adoração, agradecimento, proclamação de Jesus como Senhor, com formulas simples.

E também oração de intercessão e de súplica, movidos pela palavra de Jesus: “tudo quanto pedirdes na oração crede que já o recebeste e haveis de obtê-lo” (Mc 11,24), se o que pedimos é inspirado pelo Espirito Santo.

 

2)  Um testemunho de amor à Palavra de Deus, de familiaridade com as Sagradas Escrituras

Os carismáticos amam a Palavra de Deus, leem-na para encontrar nela luz, sustento, força, coragem, estimulo para a sua identificação com Cristo.

Meditam e rezam a Palavra divina.

Ela é um meio para o diálogo com o Senhor, para a oração.

As Sagradas Escrituras comunicam-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus e fazem ouvir, através das palavras dos Profetas e dos Apóstolos, a voz do Espirito Santo (…) Nos livros Sagrados o Pai que está no Céu vem carinhosamente ao encontro dos seus filhos para conversar com eles” (DV, 21).

Nela Deus fala e com ele falamos a Deus.

Os membros do RCC testemunham um grande amor e uma grande estima pelas Sagradas Escrituras contidas na Bíblia Sagrada e orientam. Elas são luz para os seus passos, alimento para a sua vida de oração, de fé e de vida cristã.

 

3)  Um testemunho de frequência dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia

O Espirito Santo faz-nos sentir a necessidade de purificação e leva-nos ao sacramento da Confissão.

A Palavra e a oração levam-nos ao sacramento da Eucaristia, a ação de graças por excelência, o encontro pessoal com Cristo, a oferta com Ele e nele da nossa vida ao Pai.

E os carismáticos com o seu exemplo são um estímulo para os outros membros da comunidade e contribuem para a sua renovação.

 

4)  Um testemunho de comunhão fraterna, a exemplo dos primeiros cristãos

A comunhão fraterna é um dos traços caraterísticos do RCC, visível no acolhimento, no amor mútuo, na proximidade e familiaridade entre os seus membros, na ajuda recíproca para viver e caminhar no Senhor.

Deles se espera a reprodução na Igreja, hoje, da primeira comunidade cristã de Jerusalém (cf. At 2, 42-48):

– a assiduidade ao ensino dos Apóstolos- – a assiduidade à escuta da Palavra; à formação, ao conhecimento das Escrituras e ao seu ensino, segundo a interpretação da Igreja (não deste ou daquele…);

– a assiduidade à Eucaristia;

– a assiduidade à oração;

– o amor recíproco, a comunhão e a unidade entre os membros do grupo e com todos os crentes, e a partilha de quem tem mais com quem tem menos e passa necessidade;

– a alegria, a simplicidade de coração, o louvor a Deus e a simpatia de todos.

Desiludir-se-á quem procura nos grupos do RCC por pura necessidade, ou para compensação de frustrações afetivas ou de outro género, sem o desejo e vontade sincera de conversão e de reintegrar a fé e a confiança em Deus na própria vida.

Ao contrário, quem se deixa guiar pelo Espirito descobre a beleza da comunhão com Jesus, da oração, do amor fraterno, do serviço, do ser e sentir com Igreja e de viver na fidelidade à Igreja, na comunhão com os seus Pastores.

 

5)  Um testemunho de fidelidade à Igreja

Os membros do RCC testemunham uma declarada fidelidade à Igreja “governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com Ele” (LG,8b). Esta é uma caraterística do RCC.

Esta fidelidade e comunhão exprime-se em termos de aceitação da doutrina, de adesão às orientações do Papa e dos Bispos e na participação, colaboração e corresponsabilidade juntamente com os outros cristãos na vida e na missão da Igreja, nas respetivas comunidades, paróquias e dioceses.

A pertença à Igreja é concreta, manifesta-se no sentido de pertença, comunhão, participação e corresponsabilidade na comunidade local, onde se vive, onde se caminha. Não se é cristão sozinho, mas em comunidade. Um cristão sem uma comunidade de pertença é «um nómada sem raízes».

Os carismáticos não são um gueto ao interno da Igreja, nem uma seita, fora dela ou paralela a ela.

Se efetivamente são movidos pelo Espirito Santo sentem necessidade de viver a comunhão com os outros cristãos, não se julgando superiores aos outros ou melhores que os outros; sentem necessidade de caminhar juntos, de construir juntos o Reino de Deus, de evangelizar juntos – e a primeira forma de evangelização é o testemunho de comunhão. Sem este testemunho corre-se em vão.

No grupo e na Igreja cada um põe ao serviço de todos os dons pessoais e os carismas concedidos pelo Espirito Santo, para edificação da Igreja e para a construção do Reino de Deus no mundo.

Os carismáticos estão na Igreja e no mundo como humilde fermento que leveda a massa. O fermento não se vê, perde-se, para transformar a massa, a fazer crescer.

Abertos e disponíveis procuram discernir o que o Senhor quer deles através das mediações dos bispos, dos párocos, dos assistentes diocesanos, segundo a palavra de Jesus: “quem vos ouve a mim ouve; quem vos despreza a mim despreza e quem me despreza, despreza aquele que me enviou” (Lc,10,16).

 

6)  Um testemunho de comunhão ecuménica

O RCC mantém uma relação com outras Igrejas cristãs e com os seus membros. Movidos pelo mesmo Espirito, buscam juntos a unidade que Jesus pediu ao Pai antes da sua paixão e morte: “Que todos sejam um” – “Como tu, Pai, estais em mim e Eu em Ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que Tu Me enviastes” (Jo 17,20).

A Palavra, a oração, o testemunho recíproco nos encontros interconfessionais, estimulam este caminho de unidade.

 

Conclusão

“RCC – que lugar na Igreja?”

É o lugar que têm todos aqueles que aderiram ao Senhor pela fé e pelo Batismo e formam a Igreja, comunidade daqueles que confessam Jesus como seu Senhor e partilham com Ele a vida e a missão guiados e sustentados pelo Espirito Santo, que foi derramado nos seus corações, quando dos sacramentos do Batismo e do Crisma.

Quando rezamos o Credo nas Eucaristias dominicais dizemos “Creio” e o fazemos pessoal e comunitariamente, juntos, a uma só voz, como povo de Deus, que professa a fé e caminha unido na mesma fé, no mesmo Batismo, no mesmo Senhor, como cristãos que têm uma consciência viva de que são habitados pelo Espirito Santo e se deixam conduzir por Ele.

Cristãos como os outros e com os outros, amando-se e edificando-se mutuamente.

Cristãos santos e pecadores, em permanente conversão, numa Igreja que também é santa e pecadora, mas que caminha purificando-se.

O RCC não é um fenómeno religioso exclusivo, nem tão pouco original, porque foi precedido e tem a sua origem em contacto com o pentecostalismo, portanto moderação, humildade, propor, não impor, não pretender impor com única forma de ser cristão e de ser Igreja.

E o RCC nem tão pouco é único, porque cada época da história do cristianismo, incluindo a nossa, viu nascer e difundir-se movimentos que, embora diferentes, trouxeram à Igreja um novo impulso de renovação espiritual e apostólica. Por isso temos de ser humildes.

O RCC é uma corrente de renovação religiosa, de renascimento cristão sob o impulso do Espirito Santo, que mediante a «efusão» introduz o batizado num itinerário de conversão, o torna dócil às inspirações do Espirito, renova a fé e a confiança em Deus, e torna os seus membros «pedras vivas», membros ativos e responsáveis da Igreja, na comunhão, no testemunho, e no serviço ao próximo.

O RCC é uma espiritualidade que tem como ponto determinante a «efusão do Espirito Santo», que se pode comparar àquela que a história da espiritualidade clássica chama de «segunda conversão».

“O RCC será autêntico e será fecundo na Igreja, não tanto na medida em que suscitará carismas extraordinários, mas na medida em que levará o maior número possível de fiéis, nas estradas da vida quotidiana, ao esforço humilde, paciente e perseverante para conhecer sempre melhor o mistério de Cristo e para testemunhá-lo” (João Paulo II).

Ϯ Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa

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