Papa: O centro da lei é o amor a Deus e ao próximo

Na homilia desta quinta-feira, Francisco sublinhou que é triste um cristão sem alegria e não existe alegria quando não existe a fé

CIDADE DO VATICANO, 26 de Março de 2015 (Zenit.org) – A alegria não provém da doutrina fria, mas da fé e da esperança de ter encontrado Jesus. É triste ser um fiel sem alegria, destacou o Papa Francisco em sua homilia nesta quinta-feira na missa celebrada na capela da casa Santa Marta.

A alegria de Abraão, que exulta na esperança de se tornar pai, como prometido por Deus, guiou a reflexão do Papa no comentário às leituras do dia. Francisco destaca que Abraão é idoso, assim como sua esposa Sara, mas ele acredita, abre “o coração à esperança” e está “cheio de consolação”. Jesus recorda aos doutores da lei que Abraão “exultou na esperança” de ver o seu dia “e estava cheio de alegria”.

Assim, o Papa afirmou que “isso é o que não entendiam os doutores da lei. Não entendiam a alegria da promessa; não entendiam a alegria da esperança; não entendiam a alegria da aliança. Não entendiam! Eles não sabiam se alegrar, porque tinham perdido o sentido da alegria que só vem da fé”. E recordou ainda que “Abraão foi capaz de se alegrar, porque tinha fé: foi feito juto na fé. Eles haviam perdido a fé. Eles eram doutores da lei, mas sem fé! Mas mais ainda: eles haviam perdido a lei! Porque o centro da lei é o amor, o amor a Deus e ao próximo”.

Francisco explicou que “somente tinham um sistema de doutrinas precisas e ressaltavam a cada dia que ninguém as tocasse. Homens sem fé, sem lei, apegados nas doutrinas que também se tornam um comportamento casuístico: se pode pagar o tributo a César, não se pode? Esta mulher, que foi casada sete vezes, quando for para o Céu será esposa daqueles sete? Esta casuística… Este era o seu mundo, um mundo abstrato, um mundo sem amor, um mundo sem fé, um mundo sem esperança, um mundo sem confiança, um mundo sem Deus. Por isso, não podiam se alegrar!”

Por outro lado, o Papa faz notar que os doutores da lei “podiam também se divertir, mas sem alegria, aliás, com medo”.

“Esta é a vida sem fé em Deus, sem confiança em Deus e sem esperança em Deus”. Os seus corações estavam petrificados”. É triste, sublinha Francisco, “ser um fiel sem alegria e não existe alegria quando não existe a fé, quando não existe esperança, quando não existe a lei, mas somente prescrições, a doutrina fria”.   

Por fim, o Papa destacou que “a alegria da fé, a alegria do Evangelho é o alicerce da fé de uma pessoa. Sem alegria aquela pessoa não é um verdadeiro fiel”. E concluiu, convidado a retomar as palavras de Jesus: “Abraão, vosso pai, exultou na esperança de ver o meu dia. Ele o viu e ficou cheio de alegria”.

O Santo Padre exortou a pedir ao Senhor “a graça de exultar na esperança, a graça de poder ver o dia de Jesus quando nos encontrarmos com Ele e a graça da alegria”.

Rádio Vaticano/ Edição Zenit 

 

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