Formação contínua para os bispos a fim que sejam “testemunhas do Ressuscitado”

Apresentado livro com as atas do curso de formação anual dos bispos que se realiza em Roma

 

1 fevereiro 2016 – “Testimoni del Risorto” (Testemunhas do Ressuscitado) é o nome do livro contendo as atas do curso anual de formação para novos bispos, apresentado terça-feira na sala de imprensa da Santa Sé pelo cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos, pelo secretário da congregação, dom Ilson Montanari, e por dom Francisco Cacucci, bispo de Bari e relator no curso anual.

O livro de 282 páginas, publicado pela Libreria Editrice Vaticana, é dedicado ao Papa Francisco “como sinal de gratidão por seu ensinamento sobre a identidade e a missão do bispo”.

O livro começa com o texto da primeira audiência do Papa Francisco com os bispos nomeados durante o ano passado e continua com as relações dos vários bispos, começando com a cardeal Marc Ouellet, seguida pelos cardeais Gerhard Müller, Angelo Scola, Kurt Koch, Leonardo Sandri, George Pell e Jean Louis Tauran.

O Cardeal Ouellet começou lembrando que os cursos anuais começaram em 2001 com o cardeal Giovanni Battista Re; o próximo será, portanto, a 16ª edição. Na base dos cursos está a exortação pós sinodal Pastori Gregis, que afirma que assim “como para os sacerdotes e as pessoas de vida consagrada, a formação permanente, no caso do Bispo, é uma exigência intrínseca de sua vocação e missão”. Ele também lembrou que “o bispo precisa sentir como um dever próprio o estar ativo pessoalmente para uma constante formação integral”.

Estes encontros, disse ele, são promovidos pela Congregação dos Bispos e das Igrejas do Orientais e, ocasionalmente, pela Congregação para a Evangelização dos Povos. Durante esses anos, cerca de 1.600 bispos participaram em Roma desses 8 ou 9 dias de partilha fraterna, conferências, debates e especialmente o encontro com o Papa e os representantes da Cúria Romana e do episcopado mundial.

O cardeal destacou que desde o ano passado “convidamos alguns bispos com cerca de cinco anos de ministério, a uma pausa para reflexão e partilha com os devidos tempos durante os exercícios espirituais, com a ajuda dos padres jesuítas”, uma iniciativa que “foi muito apreciada”.

A formação permanente significa, disse o número um da Congregação dos Bispos, aprender a dialogar mais intensamente com o destinatário do nosso serviço pastoral, porque “o próprio Deus não quer ser servido somente por funcionários competentes, mas por amigos fiéis dispostos a dar a vida por Ele”. Além de aprender a dialogar com as outras Igrejas em espírito de solidariedade episcopal.

O cardeal acrescentou que ser “testemunha do Ressuscitado” significa tudo isso, mas não apenas, porque “ser bispo é dedicar-se a um ministério difícil, que não pode ser vivido a menos que esteja em comunhão com os outros através de uma profunda consciência da identidade eclesial do pastor”.

Ele concluiu, reiterando sua gratidão ao Papa Francisco por seu “brilhante exemplo” que é incisivo em todo o mundo, muito além das fronteiras da Igreja.

Por sua parte dom Montanari disse que a presença dos bispos em Roma, permite conhecer mais sobre a situação das igrejas, muitas vezes em dificuldade e em situações de minorias, para reforçar com elas a relação fraterna.

Indicou também que onde é realizado o encontro, no seminário dos Legionários de Cristo “assegurou com êxito o desenvolvimento regular do simpósio ao longo dos anos”.

Dom Francesco Cacucci precisou que, em um tempo de ‘superativismo’ e fragmentação, o bispo é chamado, mais do que nunca, “a ser um homem de sínteses e a ajudar os irmãos e amigos sacerdotes a buscar o essencial”. A este respeito, ele recordou “o convite do Papa Francisco para viver uma ‘sinodalidade’ eficaz”. O que significa, “caminhar juntos (sínodo), com os sacerdotes, religiosos e leigos”. Ele destacou também uma questão difícil que é a relação autoridade-obediência, e a obediência com a renúncia que esta pode implicar.

 

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