Cuidar de Quem Cuida – Vinculação

O seu filho(a)…

Durantes os primeiros anos de vida há uma relação privilegiada que se estabelece entre si e o(a) seu(sua) filho(a). Esta relação tece-se gradualmente ao satisfazer as necessidades físicas e emocionais do(a) seu(sua) filho(a). Qual o “resultado”? Sentir-se amado(a), confiante e, sobretudo, segura(o)! Ele(a) precisa de si! A qualidade desta vinculação está na base do desenvolvimento, para que ele(a) se desenvolva de forma harmoniosa: estimula a confiança, a segurança e auto-estima. O(a) seu(sua) filho(a) sentir-se-á apreciado(a), amado(a), desejado(a) e, por conseguinte, mais confiante perante o mundo que o(a) rodeia.

 

Pais…

Já foi criança, mas ainda é e será filho(a). O tipo de vinculação com os seus próprios pais influencia toda a vida futura, por exemplo, o tipo de relação que tem com o(s) seu(s) próprio(s) filho(s). Quando filho(a) contava com os seus pais para ser tranquilizado(a), consolado(a)? Explorava o meio sem receios? Sabia que alguém zelava por si? Como ficava quando as referências desapareciam? Angustiado(a)? Ou não sentia disponibilidade para si? Não era constante? Ficava inquieto(a) por não ter a certeza se podia contar com os seus pais? Ou ainda não estava lá ninguém e/ou eram agressivos consigo? 

O que hoje está na relação com o(a) seu(sua) filho(a) é igual e/ou diferente à relação com os seus pais? O tipo de vinculação é, de facto, o mesmo?

 

Uma dica para a vinculação com o(a) seu(sua) filho(a)…

Filhos | Até 12 Meses |

A dica para uma boa vinculação é a sua disponibilidade e a sua sensibilidade em relação às necessidades do(a) seu(sua) filho(a).

Para a idade dele(a) isso significa ser embalado(a), ser consolado(a), etc. Antes dos 12 meses, o bebé está num período muito fusional, ou seja, um período em que tem uma grande necessidade de contacto físico directo com os pais.

Pegar ao colo, mimá-lo(a), cantar canções de embalar, fazer-lhe festas…É isto! Responder de forma constante, afectuosa e previsível às necessidades não fará crescer um mimado(a), mas uma criança preenchida, que saberá que é amada e que, por conseguinte, estará pronta a conhecer o mundo.

Filhos | 12-24 Meses |

Começa a querer ser mais autónomo(a) e cria uma base de segurança cada vez mais sólida, que permite afastar-se mais facilmente de si. Está a afirmar-se cada vez mais. Estas novas necessidades requerem, da sua parte, uma maior capacidade de contenção, para que lhe mostre bem quais são os limites e as regras.

Mimá-lo(a), contar-lhe histórias, fazer-lhe festas, brincar com ele(a) …É isto! Responder de forma constante, afectuosa e previsível às necessidades não fará crescer um mimado(a), mas uma criança preenchida, que saberá que é amada e que, por conseguinte, estará pronta a conhecer o mundo.

Filhos | 2-5 Anos

Insiste em ser mais autónomo(a) e cria uma base de segurança cada vez mais sólida, que permite afastar-se mais facilmente de si e conhecer outras relações, por exemplo com os pares. Está a ficar muito mais autónomo(a). Está a afirmar-se. Estas novas necessidades requerem, da sua parte, uma maior capacidade de contenção, para que lhe mostre bem quais são os limites e as regras.

Continua a precisar de si: mimá-lo(a), contar-lhe histórias, brincar com ele(a) …! Responder de forma constante, afectuosa e previsível às necessidades não fará crescer um mimado(a), mas uma criança preenchida, que saberá que é amada e que, por conseguinte, estará pronta a conhecer o mundo.

 

Escrito por Marina Amaro e publicado em Jornal da Família, março de 2015

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