Cristo: única riqueza da Igreja

Na Missa em Santa Marta, o Papa fala novamente de uma “Igreja pobre” e humilde, “que não brilha por sua própria luz”

Por Federico Cenci

 

ROMA, 24 de Novembro de 2014 (Zenit.org) – Papa Francisco menciona mais uma vez uma “Igreja pobre”, na homilia da missa celebrada hoje na capela da Casa Santa Marta. Inspirado na passagem evangélica da liturgia do dia. Jesus olha para o alto e observa a ostentação dos homens ricos que oferecem grandes cifras para eles supérfluas. Mas vê também o gesto humilde da pobre viúva, que oferta duas pequenas moedas: “tudo o que tinha para viver» (Lc 21,4).

Nestas atitudes, o Santo Padre identifica duas tendências opostas, mas apresentadas como dois pratos de uma balança na história da Igreja. De um lado a Igreja que “busca o poder” e do outro “a Igreja pobre”, que não tem outras riquezas senão “seu Esposo.”

Analisando a figura da viúva, o Pontífice recordou que esta “não era importante”, “não tinha nenhum diploma”, seu nome “não aparecia nos jornais,” portanto, “ninguém a conhecia”. Francisco explicou: “Eu gosto de ver a Igreja nesta figura que é, de certa forma, um pouco viúva”, porque está à espera de seu Esposo, que vai voltar… Esposo que já está presente “na Eucaristia, na Palavra de Deus, nos pobres…”.

Uma viúva que “não brilha com luz própria”. Assim Francisco vê “a imagem da Igreja”. “A grande virtude da Igreja – acrescenta – deve ser não brilhar de luz própria, mas brilhar com a luz que vem de seu Esposo. E ao longo dos séculos, quando a Igreja quis ter luz própria, errou”.

O Papa recordou que “às vezes o Senhor pode pedir à sua Igreja para assumir um pouco de luz própria”, mas o significado deste gesto reside apenas na missão de iluminar a humanidade, a luz recebida de Cristo. “Todos os serviços que fazemos na Igreja são para nos ajudar nisso, a receber aquela luz”, explica o Papa.  “Um serviço sem esta luz não é bom: Faz com que a Igreja se torne rica, poderosa, ou que busque o poder, ou que erre o caminho, como aconteceu muitas vezes na história e acontece em nossas vidas, quando queremos ter outra luz que não é a do Senhor: uma luz própria “.

Portanto, a Igreja deve olhar para a viúva do Evangelho de hoje como um modelo. Deve ser “fiel à esperança e a seu Esposo”, “se alegra em receber a luz Dele”, de ser “viúva”, de ficar “à espera, como a lua, do sol que virá.” O Papa disse que “quando a Igreja é humilde, quando a Igreja é pobre, quando a Igreja confessa suas misérias – todos nós temos – a Igreja é fiel. E diz: “Mas eu estou nas trevas, mas a luz chega até mim! E isto nos faz tão bem”.

Por fim, o Santo Padre convidou a rezar a “esta viúva que está no Céu, com certeza”, para que nos ensine a “sermos Igreja assim, jogando fora tudo o que temos: que nada fique para nós. Tudo para o Senhor e para o próximo”. O apelo do Papa é, portanto, para que sejamos “humildes, sem nos vangloriar de uma luz própria, procurando sempre a luz que vem do Senhor”.

 

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