Arcebispo da Filadélfia: a pornografia é uma pandemia que destrói a família

Roma, 21 Out. 15 / 11:57 am (ACI).- O Arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), Dom Charles Chaput, explicou as razões pelas quais a pornografia danifica enormemente a família e alertou a respeito do fato de que esta tenha se transformado em uma verdadeira “pandemia” que destrói matrimônios e lares.

 

No contexto do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que acontece no Vaticano, o Arcebispo concedeu uma entrevista a CNA – agência do GrupoACI (em inglês) –, na qual explicou que “a pornografia danifica gravemente as famílias porque isola os seus membros criando obsessões sexuais privadas, o que destrói a intimidade entre os esposos com noções de sexo ‘perfeito’, o qual não têm nada a ver com os seres humanos reais”.

O Prelado, anfitrião do oitavo Encontro Mundial das Famílias que aconteceu na Filadélfia no mês de setembro, explicou que a pornografia “é um terrível engano que rouba a riqueza da amizade sexual duradoura e plena entre os esposos; e a substitui com algo podre que nunca poderá alimentar verdadeiramente o coração humano”.

“A pornografia sempre foi um problema (…). O sexo é poderoso e fascinante e as pessoas sempre abusaram disso e, além disso, as tecnologias modernas as tornam muito mais acessíveis e conseguiram difundi-la bastante”.

Dom Chaput alertou ainda que a pornografia “é uma epidemia, ou mais precisamente uma pandemia. Qualquer pessoa com conexão à internet, em qualquer lugar do mundo, pode encontrar todo o material pornográfico que quiser. (…) A pornografia costumava ser um problema somente masculino, mas agora muitas mulheres também têm acesso a esta”.

“A pornografia degrada o melhor do espírito masculino. Transforma os homens em viciados em uma coisa qualquer, enquanto as mulheres verdadeiras, com mentes e corações reais, crenças e esperanças, são muito mais interessantes. A felicidade se constrói a partir da realidade, com seus problemas e alegrias, não sobre ilusões. A pornografia não é mais que simples ilusão”.

“Os homens cristãos – continuou – precisam ter um pouco de cavalheirismo em seus corações. O mundo debocha da pureza, mas um coração e uma mente limpos são a base da valentia de um homem. E os homens que querem ser o que Deus deseja que eles sejam necessitam valentia porque seu trabalho é prover, proteger, ensinar com o exemplo e liderar contrapondo os demais a si mesmos. A pornografia faz com que esqueçam disso”.

“Portanto – disse o Prelado à CNA –, a pornografia também afeta grande família da Igreja. O número de membros do clero católico que luta com este problema é preocupante e não tem nada a ver com o celibato. Os ministros protestantes casados e os rabinos judeus também passam pelo mesmo problema”.

Dom Chaput é um “opositor do Papa”?

Por outro lado, o Arcebispo da Filadélfia respondeu a um artigo da revista jesuíta America, conhecida nos Estados Unidos por questionar alguns pontos da doutrina da Igreja, que o qualificou como um dos “opositores do Papa” no Sínodo dos Bispos.

Com relação a este tema, Dom Chaput disse que “se a boas-vindas que preparamos ao Papa Francisco na Filadélfia no mês passado pode ser entendida como ‘oposição’, então necessitam uma visita a um bom oftalmologista”.

A respeito das razões pelas quais a revista o apresenta desse modo, o Prelado americano expressou: “O Santo Padre quer um ambiente colegial para a Igreja. Ele nos convidou a ter uma discussão aberta. Acho que é genuíno acerca do que diz e seria estranho que um bispo duvidasse, ou que desalente ou caricature uma diferença honesta de perspectivas entre os padres sinodais”.

“Isto é sobretudo correto se o aplicamos aos cardeais. Pois um de seus principais serviços é oferecer seu melhor conselho ao Papa. Então, acredito que poderiam perguntar aos editores da revista America por que escreveram essa notícia. E não entendo as razões pelas quais a escreveram”

 

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