Aborto seletivo de meninas também afeta os Estados Unidos

WASHINGTON DC, 20 Abr. 16 / 08:00 pm (ACI).- O problema do abortoseletivo por sexo não acontece somente na China e na Índia, mas é cada vez maior nas comunidades dentro dos países ocidentais, assim explica um novo relatório do instituto pró-vida ‘Charlotte Lozier’.

 

“Acredito que durante muito tempo negamos que o aborto seletivo por sexo acontece nos Estados Unidos. Entretanto, às vezes ocorre aqui”, disse Anna Higgins, investigadora associada do Instituto ‘Charlotte Lozier’.

Países como China, com um histórico precário em direitos humanos, são conhecidos pelo aborto seletivo derivado de sua política estatal que obrigou por muito tempo as famílias a terem somente um filho. Agora, e depois de muitas lutas, já lhes permitem ter até dois filhos.

Os ativistas de direitos humanos denominaram a situação como “genocídio” porque muitas famílias escolhem ter apenas um filho homem para que conserve o sobrenome familiar. Além disso, assinalam que esta prática levou a um desastre demográfico com 33 milhões mais de homens do que mulheres no país.

“O aborto seletivo não acontece somente na China e na Índia, mas também nos países ocidentais”, afirma Higgins.

Em algumas comunidades de imigrantes dos Estados Unidos – inclusive algumas comunidades indígenas nativas, coreano-americanos e chinês-americanos – a proporção de bebês do sexo masculino com relação aos do sexo feminino pode chegar a ser maior do que na China. A proporção normal entre nascidos é de 103 a 106 meninos para cada 100 meninas, explica Higgins.

Em todo mundo, expressou a perita, “há 160 milhões de meninas a menos por causa do aborto seletivo por sexo. Isso é algo que está afetando a sociedade humana em geral”.

“Os dados demográficos gerais não revelam um fenômeno nacional de aborto seletivo por sexo”, mantém Higgins, mas estudos recentes demonstram que para as famílias com três filhos –particularmente em famílias de imigrantes com duas filhas – o aumento da proporção está em favor dos homens: ‘qualquer proporção superior a 106 meninos a cada 100 meninas é uma prova de seleção de sexo’”, indicou.

O aborto seletivo por sexo é uma “discriminação letal e uma discriminação sexual contra as meninas (…) em qualquer forma é inerentemente injusto”, referiu Higgins.

As novas tecnologias dão a possibilidade aos pais de determinar o sexo de seus filhos em uma etapa inicial da gestação, dando-lhes a possibilidade de que abortem o seu filho se preferirem o outro sexo.

“Atualmente, não existe uma proibição para este tipo de tecnologia que tem como propósito a seleção do sexo nos Estados Unidos. Este tipo de tecnologia pode ser facilmente utilizada para discriminar um ou outro sexo, o que eticamente não é menos problemático”, disse Higgins.

“Com nossas leis nacionais que estão entre as mais permissivas no planeta, e por ser legal a seleção por sexo até o nascimento na grande maioria dos estados, nosso país carece de autoridade moral para contrariar e acabar com esta prática”, explicou Chuck Donovan, presidente do Instituto ‘Charlotte Lozier’.

Outros países já começaram a criar medidas enérgicas contra o aborto seletivo. A partir de 2009, Vietnã, Coreia do Sul, Áustria, Nova Zelândia e Suíça proibiram a seleção por sexo, enquanto outros 31 países proibiram seu uso “social”.

“Embora nem todos os países proíbam o aborto seletivo por sexo especificamente, há, obviamente, uma consciência global de que a seleção do sexo pré-natal é antiética, baseada nos números de países que proíbem técnicas de seleção de sexo por pré-implantação”, referiu Higgins.

Higgins, junto com o grupo pró-vida de Susan B. Anthony List, estão insistindo para que a Câmara de Representantes aprove a “Lei de não discriminação pré-natal” que proibiria os abortos seletivos, os recursos para realizá-los ou qualquer medida para praticar um aborto baseando-se em preferências de sexo.

Em última instância, o objetivo é “informar ao público que esta é uma prática discriminatória e que não pode ser tolerada”, explicou. Acrescentou que a discriminação é proibida para obter um emprego e nos serviços públicos “e o parto não deve ser uma exceção”.

 

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