Aborto: «É necessário mudar esta cultura da morte» – D. Joaquim Mendes

Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família partilha «satisfação» dos bispos norte-americanos perante decisão do Supremo Tribunal dos EUA

Ricardo Perna, da Família Cristã, em serviço especial para a Agência ECCLESIA

Cidade do Vaticano, 26 jun 2022 (Ecclesia) – D. Joaquim Mendes, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), partilhou a “satisfação” da Conferência Episcopal norte-americana face à decisão do Supremo Tribunal de Justiça dos EUA, ao reverter o direito constitucional ao aborto.

“É necessário mudar a mentalidade, esta cultura da morte, do descarte. É uma nuvem negar que paira sobre a sociedade”, destacou o responsável católico, em declarações à Agência ECCLESIA.

Para o bispo auxiliar de Lisboa, é urgente “crescer em humanidade” para a defesa da vida humana.

“O aborto não tem sentido, é um contrassenso”, aponta.

O presidente da CELF entende que a prioridade é “promover a natalidade” e não “impedir as crianças de nascer”.

D. Joaquim Mendes critica a “obsessão” ideológica de alguns setores da sociedade com o aborto e a eutanásia.

É preciso perceber que a vida é um grande dom, um dom a acolher, a acompanhar, a cuidar. Tem de haver uma mudança de mentalidade, olhar a pessoa humana, na sua dignidade, desde o seu nascimento até à sua morte natural”.

O entrevistado sustenta que a sociedade e o Estado têm de criar condições para que “esta vida humana possa ser vivida com dignidade, que cada ser humano possa dar o seu contributo para a construção do bem comum”.

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos eliminou a garantia constitucional do direito ao aborto, numa decisão anunciada na última sexta-feira.

A Academia Pontifícia para a Vida (Santa Sé) reagiu à decisão, destacando que a defesa da vida humana não pode estar confinada aos direitos individuais, por ser uma matéria de “amplo significado social”.

“O facto de um grande país, com uma longa tradição democrática, mudar de posição nesta questão também desafia o mundo inteiro”, assinala uma nota da instituição, citada pela Renascença.

D. Vincenzo Paglia, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, realça que a decisão do Supremo Tribunal dos EUA é “um forte convite à reflexão” sobre o aborto, numa altura em que “a sociedade ocidental está a perder a paixão pela vida”.

OC

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