Papa: “Rejeitar a colonização ideológica que destrói a família”

O Santo Padre encorajou as famílias a serem vozes proféticas no meio da sociedade

 

Roma, 16 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) Rocio Lancho García

Crianças, jovens, casais e idosos. Todos responderam com entusiasmo ao chamado para o encontro do Papa com as famílias, na tarde desta sexta-feira no Mall of Asia Arena, em Manila. Milhares de pessoas cantavam e saudavam com grande alegria o Papa Francisco no grande pavilhão.

O encontro, uma Liturgia da Palavra, foi introduzido por Dom Gabriel Reyes, Bispo de Antipolo e presidente da Comissão Episcopal para a Família.

Depois de ouvir as músicas, o Papa leu uma passagem do Evangelho. Em seguida, ele ouviu vários testemunhos de como a solidariedade familiar consegue superar problemas como a pobreza, a imigração e a deficiência.

O Papa dedicou algumas palavras ao papel das famílias na sociedade. Referindo-se ao papel de São José, no Evangelho, o Papa recordou que a José foi revelado a vontade de Deus enquanto descansava. Ele explicou que neste momento de descanso no Senhor, quando paramos nossas muitas funções e atividades diárias, Deus fala conosco.

Assim, o Santo Padre destacou três aspectos da passagem: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria e ser voz profética.

Quanto ao primeiro ponto, o Papa disse que o repouso é essencial para a nossa saúde física, mas também para a nossa saúde espiritual, para podermos ouvir a voz de Deus e compreender o que Ele nos pede. E destacou que para ouvir, aceitar a vontade de Deus e preparar uma casa para Jesus, é preciso repousar no Senhor, encontrar tempo para a oração. Francisco advertiu que, durante toda a nossa atividade, na multiplicidade das nossas ocupações, conseguiremos verdadeiramente muito pouco. Ele insistiu que as famílias são importantes no plano de Deus para a Igreja, porque é onde aprendemos a amar, a perdoar, a ser generosos e abertos, não fechados e egoístas. Aprendemos a ir além das nossas próprias necessidades para encontrar os outros e compartilhar nossas vidas com eles.

Em segundo lugar, Francisco falou sobre levantar-se com Jesus e Maria. A fé não nos afasta do mundo, mas insere-nos mais profundamente nele, alertou. Além disso, acrescentou que a cada um de nós cabe um papel especial na preparação da vinda do Reino de Deus ao mundo. Assim como o anjo falou a José sobre os perigos que ameaçavam Jesus e Maria, obrigando-os a fugir para o Egito, Deus chama-nos a reconhecer os perigos que ameaçam nossas famílias e a protegê-las do mal.

Em seguida, o Papa mencionou as pressões que a vida familiar sofre. Os efeitos dos desastres naturais, a situação econômica, a procura de emprego. Improvisando em espanhol, o Papa alertou para a colonização ideológica que tenta destruir a família. E acrescentou que, assim como o nosso povo em determinado momento da história, foi maduro o suficiente para dizer não a qualquer colonização política, como família temos que ser muito astutos, sagazes, fortes, para dizer não a qualquer tentativa de colonização ideológica sobre a família. Se, por um lado, muitas pessoas vivem em extrema pobreza, outras, estão presas pelo materialismo e um estilo de vida que destrói a vida familiar, alertou Francisco.

Portanto, nosso mundo precisa de famílias boas e fortes para superar esses perigos. E assim, ele pediu que as famílias sejam exemplo de amor, de perdão e atenção, santuários de respeito pela vida e proclamem a sacralidade de toda a vida humana desde a concepção até a morte natural.

Por fim, o Papa sublinhou que o Evangelho proclamado recorda o dever cristão de ser voz profética no meio da sociedade. A este respeito, o Papa disse que quando as famílias têm filhos e os formam na fé e nos valores, e os ensinam a colaborar com a sociedade, eles se tornam uma bênção para o mundo.

Ele também pediu que fossem especialmente conscientes, neste Ano dos Pobres estabelecido nas Filipinas, do convite a serem discípulos missionários de Jesus. E pediu para se preocuparem especialmente com os idosos e as crianças sem pais. A este respeito, o Papa confessou estar profundamente comovido com seu encontro com as crianças órfãs.

“Não escondais a vossa fé, não escondais Jesus, mas colocai-o no mundo e oferecei o testemunho da vossa vida familiar”, exortou o Papa.

 

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